Estações, encontro e desencontro



Por Maisa Antunes

Quando o vi pela primeira vez, estava de vermelho e usava um suspensório preto. Sussurrou em meu ouvido: “é uma homenagem a ele”.
A homenagem era para um amigo.
Naquela noite, Biro olhou-me rindo com os olhos. Era 24 de setembro. As buganvílias da cidade estavam floridas e os orixás dançavam a nossa frente, num encontro de corpos e espíritos. Fazia quase dois meses que o meu menino-pai, Juca, havia partido.
Passou-se um tempo para nos reencontrarmos novamente... mas Biro já estava guardado nas avenidas de meu coração. Na ocasião, olhou-me nos olhos e disse: Administre! Parecia ter incorporado Juca para esse recado.
Hoje ele reside em minha vida. E, quando se hospedou, provisoriamente, no apt.101 confirmei estar diante de mais um menino, o menino Biro.
Biro, graciosamente, você encheu meus dias com suas formas e cores. Hoje elas povoam e brincam, despreocupadamente, em minha mente.
Sei que meu Juca te vê e, em meu coração, encontra você.