Ao menino Biro



Por Emiliana Carvalho


É difícil falar dele. Álvaro Perez, para mim, é um nome distante, pois, o que minha alma apreende, desenha-se em quatro letras: B-I-R-O.
Elas sim, me dizem muito. Foi assim que o apreendi e o prendi em minhas memórias e vivências. Tantos encontros, tantas confidências compartilhadas, tantos são os desejos que nos circundam, tanta é a dor e o amor que partem de teu coração, dos “sentimentos do mundo”.
Escrevo agora estas palavras, cercada por tuas cartas e poemetos, espalhados sobre minha cama, que atravessaram as fronteiras de tuas ânsias e alegrias discretas.
Biro, quando escrevemos sobre algo, sempre falamos de nós mesmos, ainda que disfarcemos com personagens e histórias que não parecem nossas. Você se diz nos seus escritos, se grita, se condena e se socorre.
Somos amantes de espírito. Estamos juntos nas tuas histórias doidas e doídas, fazendo cócegas em nossas almas infantis.
Menino Biro, fomos dados um ao outro pelas mãos do Poeta, mais um gesto carinhoso das manobras do Destino.